Compreenda o funcionamento da autoestima na adolescência

04/10/22

 - PARA LEITURA

A autoestima na adolescência é um tema complicado de entender para muitas pessoas. Isso porque tudo que envolve essa fase da vida é de certa forma volátil e sujeito a mudanças bruscas.

Entretanto, é responsabilidade de pais, responsáveis, educadores e de toda a sociedade acompanhar e auxiliar os mais jovens durante o momento de transição entre a infância e a vida adulta.

Neste artigo nós tratamos sobre a autoestima e mais especificamente sobre a autoestima na adolescência.

Continue lendo até o final, pois aqui você vai encontrar informações valiosas sobre o tema!

O que é a autoestima?

A autoestima é uma espécie de sentimento gerado quando um indivíduo faz uma autoanálise sobre diversos aspectos da sua existência.

Os especialistas na área nomeiam essa análise intimista de "autoconceito". Ela leva em consideração pontos como:

  • Percepção sobre a própria aparência física, em comparação com a de outros indivíduos
  • Comparações entre as próprias habilidades e capacidades, e os mesmos atributos em outros indivíduos
  • Sucessos obtidos e fracassos experimentados
  • Aceitação e rejeição
  • Êxito no enfrentamento a desafios

Em suma, a percepção que cada pessoa tem desses e de outros pontos, pode elevar ou diminuir a sua autoestima.

Nos tópicos abaixo nós trazemos uma conceituação mais direta sobre como se dá a autoestima nos estágios elevado e baixo.

Autoestima elevada

Podemos classificar como autoestima elevada o sentimento gerado a partir de uma boa percepção sobre si mesmo.

Ou seja, quando o nosso autoconceito é mais positivo do que negativo, a autoestima se eleva e traz consigo uma série de benefícios.

Inclusive, pode-se dizer com firmeza que quando a autoestima na adolescência está elevada o principal benefício desse sentimento, que é a confiança, passa a ser um aliado de peso dos adolescentes.

Afinal, é necessário confiar na própria capacidade e valor para passar pelas mudanças de fase da vida com sucesso.

Autoestima baixa

Ao contrário da autoestima elevada, a baixa autoestima é um sentimento nocivo e extremamente danoso.

Inclusive, ter uma autoestima baixa é até mesmo sintoma de alguns transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade, por exemplo.

Pessoas que se encontram nessa condição tendem a se sentir "feias", "burras" ou incapazes, quando se comparam a outros indivíduos.

Tudo isso é proveniente de uma má análise sobre si mesmas, que pode ser ocasionada por diversos fatores.

De toda forma, a autoestima baixa precisa ser evitada a todo custo, pois os seus efeitos são sempre nocivos ao bem-estar do indivíduo.

Em que momento da vida a autoestima se forma?

Formação da autoestima na adolescência

Em linhas gerais, podemos afirmar que a autoestima começa a ser formada ainda na primeira infância, entre 0 e 5 anos de idade.

Nesse período, em que as crianças estão tendo os seus primeiros contatos com o mundo, inicia-se também o processo de percepção sobre si próprias.

Ao fazer comparações preliminares sobre aspectos como aparência, formas físicas e a fala, por exemplo, as crianças começam a criar as bases daquilo que mais tarde será o seu autoconceito, que determina a autoestima.

E claro, como não poderia deixar de ser, cuidar dessa fase é imprescindível para fomentar uma autoestima na adolescência com níveis elevados.

Pais, responsáveis e educadores precisam estar atentos à formação da autoestima em crianças

Por tudo o que já citamos até aqui, queremos falar diretamente e alertar a você, pai, mãe, responsável e/ou educador, sobre a importância de estar atento à formação da autoestima na vida das crianças.

Nesse sentido, é imprescindível fazer com que a criança se sinta confortável e segura em qualquer lugar onde ela esteja.

Aqui, se o responsável ou professor(a) "errar a mão", poderá contribuir para a formação de um adulto com sérios problemas de percepção da realidade.

Caso a criança seja maltratada, escanteada ou até mesmo xingada, o que infelizmente acaba acontecendo em muitos casos, ela com certeza desenvolverá uma baixa autoestima.

Por outro lado, se o pequeno indivíduo for superestimado ou superprotegido, se tornará uma pessoa com uma autoestima alta acima do limite, podendo tornar-se egoísta e soberbo.

Inclusive, algumas crianças já demonstram na primeira infância um comportamento reprovável, o que é um sinal de alerta para os pais.

Portanto, trate o seu filho ou aluno pequeno com suavidade e firmeza em iguais proporções.

Se esforce para mostrar a esse pequeno indivíduo que ele é muito valioso e necessário ao mundo, mas que tem por obrigação respeitar os seus iguais.

Autoestima na adolescência: entenda os seus pormenores

De antemão, é necessário dizer que ter uma autoestima na adolescência em níveis baixos não é exatamente normal, mas é bastante comum.

A adolescência é o período que divide a infância e o início da fase adulta, caracterizado pela juventude.

Nesse sentido, estima-se que a adolescência começa entre 10 e 12 anos de idade e termina aos 19. 

Apesar disso, recentemente um grupo de cientistas formalizou a tese de que pessoas de até 24 anos de vida são consideradas adolescentes, o que não é totalmente aceito pela comunidade científica.

De toda forma, nessa época muitas transformações físicas e mentais ocorrem, o que afeta diretamente a forma como os adolescentes veem a si próprios frente ao mundo e às outras pessoas.

Nos subtópicos a seguir nós explicamos como a baixa autoestima no período da adolescência pode ser identificada e quais são as suas consequências. Veja!

Como identificar a baixa autoestima em adolescentes?

O tópico anterior deixou claro que a adolescência é uma fase propensa à baixa autoestima.

Logo, se você tem filhos ou alunos nessa faixa etária, o ideal é ficar atento aos sinais da presença desse sentimento para poder ajudar esses jovens.

Confira na lista abaixo os sinais emitidos por um adolescente com baixa autoestima:

  • Apatia e desânimo para ir à escola ou a qualquer outro evento social
  • Pessimismo constante
  • Expressão de falta de confiança em si mesmo
  • Demonstração de falta de disposição para tentar algo novo por medo de fracassar
  • Busca constante por mudar a sua aparência de alguma forma
  • Viver trancado em cômodos, imerso no mundo digital
  • Não aceitar assumir responsabilidades

Além de todos esses sinais, a baixa autoestima na adolescência também pode fomentar uma certa rebeldia.

Isso porque adolescentes que se sentem mal consigo mesmos tendem a desobedecer os pais ou até praticar atos ilícitos para serem percebidos e aceitos em algum grupo.

Dessa forma, quando são confrontados pelos pais ou responsáveis, principalmente, podem ter uma postura desafiadora e insolente.

A seguir citamos algumas consequências que esse quadro pode trazer para o futuro desses indivíduos!

Quais são as consequências da baixa autoestima na adolescência?

Quando o assunto é o que pensam e sentem os adolescentes, muitas pessoas preferem ignorar.

Você, por exemplo, já deve ter ouvido que alguns tipos de comportamento dos adolescentes são “frescura”, “drama” ou “besteira”. Inclusive, o termo "aborrecente" também é bastante utilizado.

Porém, como estamos alertando nesse artigo, a autoestima baixa nessa fase da vida não deve ser encarada como algo normal, apesar de ser comum.

Um adolescente nesta condição tende a "se perder" na vida na busca por um lugar no mundo.

Além disso, mesmo que não acabe desperdiçando o seu viver, esse indivíduo pode se tornar uma pessoa irrealizada e descontente com a própria vida.

Para ilustrar mais seriamente isso, alguns tópicos acima citamos o fato de a autoestima baixa estar entre os sintomas de ansiedade e depressão.

E como sabemos, o suicídio é visto por muitos deprimidos e ansiosos como a saída para o intenso sofrimento a que estão expostos.

Por tudo isso, não ignore os sinais de baixa autoestima que os adolescentes que você conhece eventualmente estejam demonstrando. Ajude-os!

Como ajudar um adolescente a melhorar a sua autoestima? 

Adolescente com baixo autoestima

Até certo ponto a autoestima na adolescência deve ser estimulada para que alcance bons níveis, jamais ficando baixa ou alta demais.

E como não poderia deixar de ser, os pais, responsáveis e educadores têm um papel central nesse processo, que inclusive deve começar com as crianças, como supracitado.

Por entender essa dinâmica, preparamos duas listas com dicas para estimular o aumento da autoestima em adolescentes: uma para pais e responsáveis e outra para educadores. Acompanhe abaixo!

Para os pais e responsáveis

  • Seja gentil e paciente com o seu filho.
  • Demonstre firmeza e retidão de conduta, mas jamais seja autoritário e grosseiro.
  • Faça elogios quando o adolescente tiver um bom resultado, sempre enaltecendo a sua capacidade e esforço.
  • Jamais deprecie a aparência do jovem. Em vez disso, sempre repita que ele(a) tem boa aparência e o estimule a aceitar e amar a si mesmo.
  • Quando o seu filho vier a cometer erros, converse com ele e deixe claro que aquilo não o define.
  • Não seja rude ao disciplinar o jovem, mas também não o isente de responsabilidade.
  • Controle as suas expectativas quanto aos seus filhos adolescentes e jamais passe para eles as inseguranças. Eles veem você como um porto-seguro.
  • Fique atento ao que acontece com o seu filho na escola. Lá podem ocorrer muitos fatos nocivos à autoestima dele.
  • Invista no vestuário e na aparência do adolescente, pois isso o fará se sentir melhor.
  • Quando o seu filho lhe contar um projeto ou sonho seja sempre realista, mas não o desestimule.
  • Repita sempre expressões como "vai dar certo", "você é capaz", etc.

Para os educadores

  • Não permita a prática de preconceitos ou bullying na comunidade escolar em que você atua.
  • Ao identificar um aluno excluído, acolha-o.
  • Desenvolva coragem para enfrentar ações de intimidação e abuso, mesmo que vindas de outros adolescentes.
  • Promova o protagonismo de alunos claramente subestimados em sala de aula. Como exemplo, ao fazer perguntas à turma, dirija-se a um deles e peça para que eles respondam.
  • Elogie, incentive e abrace adolescentes subestimados pela comunidade escolar.
  • Ao identificar um aluno com baixa autoestima, comunique aos seus superiores e aos pais do jovem.
  • Desenvolva uma comunicação fluida com esses jovens, para que eles se sintam mais à vontade para conversar.

Como você mesmo pode aumentar a sua autoestima?

Agora, queremos nos dirigir diretamente a você, que está passando pela adolescência e não tem muita confiança em si mesmo.

Criamos mais uma lista com dicas que você pode começar a colocar em prática agora mesmo:

  • Rejeite a autocomiseração (pena de si mesmo).
  • Estimule a sua mente para canalizar tudo de bom que você já tem (principalmente saúde e condições básicas de vida).
  • Exercite a gratidão todos os dias.
  • Não ignore os seus defeitos, mas não os trate como um castigo divino.
  • Liste os erros que eventualmente esteja cometendo e procure soluções para eles (peça ajuda aos mais velhos).
  • Trabalhe no seu desenvolvimento pessoal (estudos, atividades físicas, meditação, etc).
  • Busque, o mais rápido possível, definir o que quer para o futuro.

Com essas dicas você irá, no mínimo, começar a melhorar a sua autoestima.

Dicas de livros sobre autoestima na adolescência

Nada melhor que um bom livro para nos ajudar a vencer os desafios da vida, não é mesmo? Pois bem.

Na nossa próxima lista elencamos alguns livros que falam sobre a autoestima na adolescência.

Esses títulos trazem lições importantes tanto para pais, responsáveis e educadores, quanto para adolescentes que desejam ter uma autoestima mais elevada.

Você pode encontrar esses livros nas principais livrarias online. Basta pesquisar pelo título completo na aba de buscas dos respectivos sites.

Qual é a importância da autoestima e porque temos que falar dela hoje em dia?

Muitas pessoas podem achar que falar sobre a importância da autoestima é "chover no molhado", mas definitivamente não é.

Isso porque hoje em dia vivemos em um mundo que hora é completamente pragmático e hora é excessivamente melancólico, além de ser constantemente influenciado pelo mundo virtual.

Tudo isso contribui negativamente para a formação e manutenção de uma autoestima saudável, que, como vimos, é um item indispensável para a vida humana. 

Portanto, é importante reforçar que não apenas os adolescentes e sua rede de apoio devem se preocupar com a autoestima, mas todos nós.

Pessoas que se sentem bem consigo mesmas tendem a contribuir para a formação de um mundo melhor, algo que precisamos desesperadamente. Essa é a real importância e principal finalidade da autoestima.

Camila Romano

Jornalista e mãe de primeira viagem que entre uma fralda e outra compartilha seus aprendizados e experiências para ajudar outras mulheres a superar as inseguranças e desafios da maternidade.

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